Your browser doesn't support javascript.
loading
Mostrar: 20 | 50 | 100
Resultados 1 - 20 de 61
Filtrar
1.
Cad Saude Publica ; 40(6): e00170723, 2024.
Artigo em Português | MEDLINE | ID: mdl-39082570

RESUMO

During the COVID-19 pandemic, populations living further away from urban centers faced immense difficulties accessing health services. This study aims to analyze how Brazilian remote rural municipalities faced the COVID-19 pandemic based on their political, structural, and organizational response to access to healthcare. A qualitative study of multiple cases was conducted with thematic and deductive content analysis of 51 interviews conducted with managers and healthcare professionals in 16 remote rural municipalities in the states of Rondônia, Mato Grosso, Tocantins, Piauí, Minas Gerais, and Amazonas. With their socio-spatial dynamics and long distances to reference centers, the remote rural municipalities responded to the demands of the pandemic but did not have their needs met promptly. They preserved communication with the population, reorganized the local system centered on primary health care (PHC), and changed the functioning of healthcare units, exceeding the limits of their responsibilities to provide the necessary care and awaiting referral to other levels of complexity. They faced a shortage of services, gaps in assistance in the regional network, and inadequate healthcare transport. The pandemic reiterated PHC's difficulties in coordinating care, exposing care gaps in reference regions. The equitable and resolute provision of the local health system in the remote rural municipalities implies inter-federative articulation in formulating and implementing public policies to ensure the right to health.


Na pandemia de COVID-19, as populações que vivem mais afastadas dos centros urbanos enfrentaram imensas dificuldades no acesso aos serviços de saúde. O objetivo deste estudo é analisar como os municípios rurais remotos brasileiros enfrentaram a pandemia de COVID-19, tendo como base sua resposta política, estrutural e organizativa ao acesso à saúde. Trata-se de estudo qualitativo de casos múltiplos com a análise de conteúdo temática e dedutiva de 51 entrevistas conduzidas com gestores e profissionais de saúde em 16 municípios rurais remotos dos estados de Rondônia, Mato Grosso, Tocantins, Piauí, Minas Gerais e Amazonas. Com dinâmicas socioespaciais próprias, grandes distâncias até os centros de referência, os municípios rurais remotos responderam às demandas da pandemia, mas não tiveram suas necessidades atendidas oportunamente. Preservaram a comunicação com a população, reorganizaram o sistema local centrado na atenção primária à saúde (APS), alteraram o funcionamento das unidades de saúde, ultrapassando os limites de suas atribuições para prestar o cuidado necessário e aguardar o encaminhamento aos demais níveis de complexidade. Enfrentaram a escassez de serviços, as lacunas assistenciais da rede regional e o transporte sanitário inadequado. A pandemia reiterou as dificuldades da APS em coordenar o cuidado e expôs os vazios assistenciais nas regiões de referência. A provisão equitativa e resolutiva do sistema local de saúde nos municípios rurais remotos implica na articulação interfederativa à formulação e implementação de políticas públicas de modo a assegurar o direito à saúde.


En la pandemia de COVID-19, las poblaciones que viven más alejadas de los centros urbanos enfrentaron inmensas dificultades para acceder a los servicios de salud. El objetivo de este estudio es analizar cómo los municipios rurales remotos de Brasil enfrentaron la pandemia de COVID-19, a partir de su respuesta política, estructural y organizativa al acceso a la salud. Se realizó el estudio cualitativo de casos múltiple con el análisis de contenido temático y deductivo de 51 entrevistas realizadas con gestores y profesionales de la salud en 16 municipios rurales remotos de los estados de Rondônia, Mato Grosso, Tocantins, Piauí, Minas Gerais y Amazonas. Con dinámicas socioespaciales propias y alejados de los centros de referencia, los municipios rurales remotos respondieron a las demandas de la pandemia, pero no se atendieron sus necesidades de manera oportuna. Preservaron la comunicación con la población, reorganizaron el sistema local centrado en la atención primaria de salud (APS), modificaron el funcionamiento de las unidades de salud, superando los límites de sus atribuciones para proporcionar la atención necesaria, y esperar la derivación a los demás niveles de complejidad. Enfrentaron la falta de servicios, las lagunas asistenciales de la red regional y el transporte sanitario inadecuado. La pandemia reafirmó las dificultades de la APS para coordinar la atención y expuso las lagunas asistenciales en las regiones de referencia. La provisión equitativa y resolutiva del sistema de salud local en los municipios rurales remotos implica en la articulación interfederativa para elaborar e implementar políticas públicas para asegurar el derecho a la salud.


Assuntos
COVID-19 , Acessibilidade aos Serviços de Saúde , Pandemias , Pesquisa Qualitativa , Serviços de Saúde Rural , COVID-19/epidemiologia , Humanos , Brasil/epidemiologia , Acessibilidade aos Serviços de Saúde/organização & administração , Serviços de Saúde Rural/organização & administração , Atenção Primária à Saúde/organização & administração , População Rural , SARS-CoV-2 , Atenção à Saúde/organização & administração
2.
Cad. Saúde Pública (Online) ; 40(6): e00170723, 2024. tab
Artigo em Português | LILACS-Express | LILACS | ID: biblio-1564238

RESUMO

Resumo: Na pandemia de COVID-19, as populações que vivem mais afastadas dos centros urbanos enfrentaram imensas dificuldades no acesso aos serviços de saúde. O objetivo deste estudo é analisar como os municípios rurais remotos brasileiros enfrentaram a pandemia de COVID-19, tendo como base sua resposta política, estrutural e organizativa ao acesso à saúde. Trata-se de estudo qualitativo de casos múltiplos com a análise de conteúdo temática e dedutiva de 51 entrevistas conduzidas com gestores e profissionais de saúde em 16 municípios rurais remotos dos estados de Rondônia, Mato Grosso, Tocantins, Piauí, Minas Gerais e Amazonas. Com dinâmicas socioespaciais próprias, grandes distâncias até os centros de referência, os municípios rurais remotos responderam às demandas da pandemia, mas não tiveram suas necessidades atendidas oportunamente. Preservaram a comunicação com a população, reorganizaram o sistema local centrado na atenção primária à saúde (APS), alteraram o funcionamento das unidades de saúde, ultrapassando os limites de suas atribuições para prestar o cuidado necessário e aguardar o encaminhamento aos demais níveis de complexidade. Enfrentaram a escassez de serviços, as lacunas assistenciais da rede regional e o transporte sanitário inadequado. A pandemia reiterou as dificuldades da APS em coordenar o cuidado e expôs os vazios assistenciais nas regiões de referência. A provisão equitativa e resolutiva do sistema local de saúde nos municípios rurais remotos implica na articulação interfederativa à formulação e implementação de políticas públicas de modo a assegurar o direito à saúde.


Abstract: During the COVID-19 pandemic, populations living further away from urban centers faced immense difficulties accessing health services. This study aims to analyze how Brazilian remote rural municipalities faced the COVID-19 pandemic based on their political, structural, and organizational response to access to healthcare. A qualitative study of multiple cases was conducted with thematic and deductive content analysis of 51 interviews conducted with managers and healthcare professionals in 16 remote rural municipalities in the states of Rondônia, Mato Grosso, Tocantins, Piauí, Minas Gerais, and Amazonas. With their socio-spatial dynamics and long distances to reference centers, the remote rural municipalities responded to the demands of the pandemic but did not have their needs met promptly. They preserved communication with the population, reorganized the local system centered on primary health care (PHC), and changed the functioning of healthcare units, exceeding the limits of their responsibilities to provide the necessary care and awaiting referral to other levels of complexity. They faced a shortage of services, gaps in assistance in the regional network, and inadequate healthcare transport. The pandemic reiterated PHC's difficulties in coordinating care, exposing care gaps in reference regions. The equitable and resolute provision of the local health system in the remote rural municipalities implies inter-federative articulation in formulating and implementing public policies to ensure the right to health.


Resumen: En la pandemia de COVID-19, las poblaciones que viven más alejadas de los centros urbanos enfrentaron inmensas dificultades para acceder a los servicios de salud. El objetivo de este estudio es analizar cómo los municipios rurales remotos de Brasil enfrentaron la pandemia de COVID-19, a partir de su respuesta política, estructural y organizativa al acceso a la salud. Se realizó el estudio cualitativo de casos múltiple con el análisis de contenido temático y deductivo de 51 entrevistas realizadas con gestores y profesionales de la salud en 16 municipios rurales remotos de los estados de Rondônia, Mato Grosso, Tocantins, Piauí, Minas Gerais y Amazonas. Con dinámicas socioespaciales propias y alejados de los centros de referencia, los municipios rurales remotos respondieron a las demandas de la pandemia, pero no se atendieron sus necesidades de manera oportuna. Preservaron la comunicación con la población, reorganizaron el sistema local centrado en la atención primaria de salud (APS), modificaron el funcionamiento de las unidades de salud, superando los límites de sus atribuciones para proporcionar la atención necesaria, y esperar la derivación a los demás niveles de complejidad. Enfrentaron la falta de servicios, las lagunas asistenciales de la red regional y el transporte sanitario inadecuado. La pandemia reafirmó las dificultades de la APS para coordinar la atención y expuso las lagunas asistenciales en las regiones de referencia. La provisión equitativa y resolutiva del sistema de salud local en los municipios rurales remotos implica en la articulación interfederativa para elaborar e implementar políticas públicas para asegurar el derecho a la salud.

3.
Saúde debate ; 47(139): 858-877, out.-dez. 2023. tab
Artigo em Português | LILACS-Express | LILACS | ID: biblio-1522969

RESUMO

RESUMO O artigo objetiva identificar especificidades e estratégias da organização da Atenção Primária à Saúde (APS) em Municípios Rurais Remotos (MRR) do Oeste do Pará frente às singularidades do contexto amazônico. Realizou-se estudo de casos múltiplos em cinco municípios por meio de entrevistas com gestores municipais, enfermeiros e médicos de Equipes de Saúde da Família. As dimensões de análise foram a territorialização, escopo de práticas e organização da agenda, colaboração interprofissional, iniciativas de atração e fixação profissional e uso de tecnologias de informação e comunicação. O trabalho da APS nos MRR, principalmente no interior, organiza-se prioritariamente em atendimentos, procedimentos individuais e imunização. Enfermeiros, técnicos de enfermagem e Agentes Comunitários de Saúde (ACS) do interior possuem escopo de ações ampliado, muitas vezes, por ausência de médicos. Além do impacto positivo do Programa Mais Médicos, destacam-se estratégias locais de atendimentos itinerantes e sobreaviso para urgência. A territorialização, central na discussão de territórios sustentáveis e saudáveis, deve ser dinâmica e exige arranjos diferenciados, com adequação do número de famílias por ACS e por equipes. Estratégias específicas para organizar uma APS integral e integrada à Rede de Atenção à Saúde, financiamento federal suficiente e diferenciado e formação profissional direcionada ao rural são necessárias para garantir acesso e qualidade dos serviços a todos os cidadãos.


ABSTRACT The article aims to identify specificities and strategies for the organization of Primary Health Care (PHC) in Remote Rural Municipalities (MRR) in western Pará in the face of singularities in the Amazonian. Multiple case study in five municipalities, with interviews: municipal managers, nurses and physicians from the Family Health Teams. The analysis dimensions were: territorialization, scope of practices and agenda organization, interprofessional collaboration, professional attraction and retention initiatives and use of information and communication technologies. The work of the PHC in the MRR, mainly in the countryside, is organized primarily around care, individual procedures and immunization. Nurses, nursing technicians and Community Health Agents (CHA) from the countryside have an expanded scope of action, often due to the absence of physicians. In addition to the positive impact of the Mais Médicos Program, local strategies for itinerant care and on-call for emergencies stand out. Territorialization, central to the discussion of sustainable and healthy territories, must be dynamic and require different arrangements, adjusting the number of families per CHA/teams. Specific strategies to organize a comprehensive PHC integrated into the Health Care Network, sufficient and differentiated federal funding and professional training aimed at rural areas, are necessary to guarantee access and quality of services to all citizens.

4.
Cad Saude Publica ; 39(1): e00163722, 2023.
Artigo em Português | MEDLINE | ID: mdl-36753095

RESUMO

This single-case study aimed to evaluate access the geographic accessibility and availability of primary health care (PHC) in a remote rural municipality in Amazonas Stater, Brazil, to control systemic arterial hypertension. A thematic analysis was conducted to interpret the content of 11 semi-structured interviews with municipal managers, PHC professionals, and hypertensive healthcare users. Geographical accessibility is associated with river mobility, transportation availability, users' financial travelling condition, and the presence of services near riverine communities, whereas availability to diagnose and monitor hypertensive patients depend on the presence of healthcare providers, medications, and equipment and the integration of PHC with the local health care network. Although access to health is more complex than our research goals, the evaluated dimensions show weaknesses which are exacerbated by a context marked by socio-spatial disparities and absent public policies, compromising the guarantee of individuals' right to health.


Estudo de caso único com objetivo de compreender o acesso à atenção primária à saúde (APS) em relação à acessibilidade geográfica e disponibilidade em um município rural remoto do Amazonas, Brasil, para o cuidado à saúde voltado ao controle da hipertensão arterial sistêmica. Realizou-se a análise temática como método de interpretação do conteúdo das 11 entrevistas semiestruturadas realizadas com gestores municipais, profissionais da APS e usuários hipertensos. A acessibilidade geográfica está condicionada à mobilidade fluvial, disponibilidade de transporte, condição financeira dos usuários para deslocamento e presença dos serviços nas comunidades ribeirinhas. Na disponibilidade, a existência de profissionais de saúde, medicamentos, equipamentos e a integração da APS com a Rede de Atenção à Saúde refletem na oportunidade de diagnóstico e acompanhamento dos hipertensos. Não obstante o acesso à saúde seja mais complexo, as dimensões avaliadas mostram fragilidades exacerbadas pelo contexto marcado por disparidades socioespaciais e ausência de políticas públicas, comprometendo a garantia do direito à saúde.


Este es un estudio de caso único con el objetivo de comprender el acceso a la atención primaria de salud (APS) en cuanto a la accesibilidad geográfica y la disponibilidad de asistencia en salud dirigida al control de la hipertensión arterial sistémica en un municipio rural lejano de Amazonas, Brasil. Se realizó un análisis temático para interpretar el contenido de 11 entrevistas semiestructuradas, realizadas con gestores municipales, profesionales de la APS y usuarios hipertensos. La accesibilidad geográfica estuvo condicionada por la movilidad fluvial, la disponibilidad de transporte, la condición económica de los usuarios para el desplazamiento y la presencia de servicios en las comunidades ribereñas. En términos de disponibilidad, la existencia de profesionales de salud, medicamentos, equipos y la integración de la APS con la Red de Atención de Salud reflejan la oportunidad para el diagnóstico y seguimiento de los pacientes hipertensos. A pesar de ser complejo el acceso a la salud, las dimensiones evaluadas muestran graves debilidades en un contexto marcado por disparidades socioespaciales y la ausencia de políticas públicas, lo que compromete la garantía del derecho a la salud.


Assuntos
Acessibilidade aos Serviços de Saúde , Atenção Primária à Saúde , Humanos , Atenção Primária à Saúde/métodos , Brasil , População Rural , Meios de Transporte
5.
Cad. Saúde Pública (Online) ; 39(1): e00163722, 2023. tab
Artigo em Português | LILACS-Express | LILACS | ID: biblio-1421012

RESUMO

Estudo de caso único com objetivo de compreender o acesso à atenção primária à saúde (APS) em relação à acessibilidade geográfica e disponibilidade em um município rural remoto do Amazonas, Brasil, para o cuidado à saúde voltado ao controle da hipertensão arterial sistêmica. Realizou-se a análise temática como método de interpretação do conteúdo das 11 entrevistas semiestruturadas realizadas com gestores municipais, profissionais da APS e usuários hipertensos. A acessibilidade geográfica está condicionada à mobilidade fluvial, disponibilidade de transporte, condição financeira dos usuários para deslocamento e presença dos serviços nas comunidades ribeirinhas. Na disponibilidade, a existência de profissionais de saúde, medicamentos, equipamentos e a integração da APS com a Rede de Atenção à Saúde refletem na oportunidade de diagnóstico e acompanhamento dos hipertensos. Não obstante o acesso à saúde seja mais complexo, as dimensões avaliadas mostram fragilidades exacerbadas pelo contexto marcado por disparidades socioespaciais e ausência de políticas públicas, comprometendo a garantia do direito à saúde.


This single-case study aimed to evaluate access the geographic accessibility and availability of primary health care (PHC) in a remote rural municipality in Amazonas Stater, Brazil, to control systemic arterial hypertension. A thematic analysis was conducted to interpret the content of 11 semi-structured interviews with municipal managers, PHC professionals, and hypertensive healthcare users. Geographical accessibility is associated with river mobility, transportation availability, users' financial travelling condition, and the presence of services near riverine communities, whereas availability to diagnose and monitor hypertensive patients depend on the presence of healthcare providers, medications, and equipment and the integration of PHC with the local health care network. Although access to health is more complex than our research goals, the evaluated dimensions show weaknesses which are exacerbated by a context marked by socio-spatial disparities and absent public policies, compromising the guarantee of individuals' right to health.


Este es un estudio de caso único con el objetivo de comprender el acceso a la atención primaria de salud (APS) en cuanto a la accesibilidad geográfica y la disponibilidad de asistencia en salud dirigida al control de la hipertensión arterial sistémica en un municipio rural lejano de Amazonas, Brasil. Se realizó un análisis temático para interpretar el contenido de 11 entrevistas semiestructuradas, realizadas con gestores municipales, profesionales de la APS y usuarios hipertensos. La accesibilidad geográfica estuvo condicionada por la movilidad fluvial, la disponibilidad de transporte, la condición económica de los usuarios para el desplazamiento y la presencia de servicios en las comunidades ribereñas. En términos de disponibilidad, la existencia de profesionales de salud, medicamentos, equipos y la integración de la APS con la Red de Atención de Salud reflejan la oportunidad para el diagnóstico y seguimiento de los pacientes hipertensos. A pesar de ser complejo el acceso a la salud, las dimensiones evaluadas muestran graves debilidades en un contexto marcado por disparidades socioespaciales y la ausencia de políticas públicas, lo que compromete la garantía del derecho a la salud.

6.
Saúde Soc ; 32(1): e220382pt, 2023. tab
Artigo em Português | LILACS | ID: biblio-1432385

RESUMO

Resumo A despeito da diversidade socioespacial, localidades rurais remotas têm em comum pequenos povoados dispersos em um vasto território, populações isoladas e longas distâncias em relação aos centros urbanos. O objetivo do estudo é analisar as especificidades da organização e do acesso à atenção primária à saúde (APS) no Sistema Único de Saúde (SUS) em municípios rurais remotos (MRR) brasileiros. Para tanto, realizou-se um estudo de abordagem qualitativa, com base em estudo de casos múltiplos em 27 MRR. Foi feita uma análise de conteúdo temática de 211 entrevistas semiestruturadas com gestores e profissionais de saúde, e uma triangulação de informações para explorar e reconhecer as formas de organização, estratégias e desafios para o acesso à saúde. Os resultados indicam que: as características dos contextos rurais remotos condicionam a provisão da APS; há diferenças nas formas de ofertar ações de saúde e maiores falhas de cobertura assistencial nas áreas mais rarefeitas e remotas dos municípios; existem contradições entre o financiamento da APS nacional e as características dos territórios marcado por rarefação populacional e longas distâncias; e a escassez da força de trabalho é um desafio comum nos municípios estudados. É necessário, portanto, considerar as características territoriais, sociais e de acesso aos serviços de saúde para a proposição de políticas públicas que atendam às necessidades dos MRR.


Abstract Despite the socio-spatial diversity, remote rural locations have in common small villages dispersed over a vast territory, isolated populations, and long distances from urban centers. The objective of the study is to analyze the specificities of the organization and access to primary health care (PHC) in the Brazilian National Health System (SUS) in remote rural municipalities (MRR). To that end a study with a qualitative approach, based on a multiple case study in 27 MRR was carried out. Thematic content analysis of 211 semi-structured interviews with managers and health professionals and a triangulation of information to explore and recognize the forms of organization, strategies, and challenges for the access to health were performed. The results indicate that: the characteristics of remote rural contexts condition the provision of PHC; there are differences in the ways of offering health actions and greater gaps in care coverage in the most rarefied and remote areas of the municipalities; there are contradictions between national PHC funding and the characteristics of territories marked by sparcely populated areas and long distances; and the shortage of the workforce is a common challenge among the cities studied. It is, thus, necessary to consider the territorial, social, and access characteristics to health services to propose public policies that meet the needs of the MRR.


Assuntos
Zona Rural , Assistência Integral à Saúde
7.
Rio de Janeiro; Fiocruz; 2023. 387 p. il. (algumas color.), mapas, tabs.
Monografia em Português | LILACS | ID: biblio-1561037

RESUMO

A obra busca compreender as particularidades dos contextos rurais remotos brasileiros, tendo em vista a organização e provisão da Atenção Primária à Saúde (APS), alinhada aos princípios basilares do Sistema Único de Saúde (SUS). A publicação representa o esforço do grupo de pesquisa do CNPq Pesquisas em Atenção Primária à Saúde, que se debruçou sobre a temática da saúde rural remota, muitas vezes negligenciada pelas políticas públicas e pela produção acadêmica. O livro é composto de 14 capítulos distribuídos em três partes, além da Introdução. Cada capítulo trata de temas diversos envolvidos no acesso e na organização da APS nos diferentes cenários da pesquisa e relacionados com dificuldades presentes em todos os territórios do estudo. Na Introdução, os organizadores apresentam o tema saúde em território rural remoto no Brasil e as lacunas de investigação e de definição de políticas públicas voltadas para esses territórios. É um convite à reflexão sobre os permanentes desafios para a implementação de políticas de saúde orientadas para a superação de barreiras de acesso e ampliação da equidade e do direito à saúde em localidades frequentemente invisibilizadas. Na primeira parte do livro, os quatro capítulos buscam contextualizar temas necessários à compreensão do cenário rural no Brasil, como conceitos, definições e desigualdades socioespaciais. Apresenta-se a experiência de se produzirem pesquisas em áreas de difícil acesso e o recorte metodológico adotado na pesquisa. A segunda parte do livro conta com seis capítulos que abordam temas relacionados à organização e ao acesso aos serviços de APS em territórios rurais remotos nas seis áreas definidas na pesquisa: Norte Estradas, Norte Águas, Matopiba, Norte de Minas Gerais, Semiárido e Vetor Centro-Oeste. Na terceira parte, nos três primeiros capítulos, discutem-se temas transversais relevantes para a estruturação de políticas de fortalecimento da APS em áreas rurais remotas brasileiras: força de trabalho em saúde, o trabalho de agentes comunitários de saúde e a necessária interlocução entre serviços de APS e a comunidade. O 14º capítulo realiza o fechamento da obra. A obra estimula a reflexão e instiga o interesse investigativo acerca de realidades tão singulares, pouco exploradas, por vezes invisibilizadas e não dimensionadas no financiamento, no planejamento e na execução de políticas públicas.


Assuntos
Atenção Primária à Saúde , Saúde da População Rural , Pessoal de Saúde , Agentes Comunitários de Saúde , Desigualdades de Saúde , Política de Saúde , Acessibilidade aos Serviços de Saúde , Brasil
8.
BMC Health Serv Res ; 22(1): 1386, 2022 Nov 22.
Artigo em Inglês | MEDLINE | ID: mdl-36419054

RESUMO

This case study analyses the challenges to providing specialized care in Brazilian remote rural municipalities (RRM). Interviews were conducted with managers from two Brazilian states (Piauí and Bahia). We identified that the distance between municipalities is a limiting factor for access and that significant care gaps contribute to different organizational arrangements for providing and accessing specialized care. Physicians in all the RRMs offer specialized care by direct disbursement to users or sale of procedures to managers periodically, compromising municipal and household budgets. Health regions do not meet the demand for specialized care and exacerbate the need for extensive travel. RRM managers face additional challenges for the provision of specialized care regarding the financing, implementation of cooperative arrangements, and the provision of care articulated in networks to achieve comprehensive care, seeking solutions to the locoregional specificities.


Assuntos
Orçamentos , Comércio , Humanos , Cidades , Brasil , Assistência Integral à Saúde
9.
Arch Public Health ; 80(1): 241, 2022 Nov 22.
Artigo em Inglês | MEDLINE | ID: mdl-36419173

RESUMO

BACKGROUND: Ensuring adequate and safe means of travel is essential for maintaining and improving the health and well-being of residents of rural communities worldwide. This article maps costs, distances, travel times, and means of elective and urgent/emergency health transport in Brazilian remote rural municipalities. METHODS: Multiple case studies were conducted in 27 remote rural municipalities using a qualitative method. A total of 178 key informants (managers, doctors, and nurses) were interviewed. Secondary data from national information systems were analyzed for the socioeconomic characterization, to identify the costs, distances, and travel times. Through the thematic content analysis of the interviews, the means of transport, and strategies developed by managers, professionals and users for their provision were identified. RESULTS: The costs of traveling between remote rural municipalities and locations where most of specialized and hospital services are centered can compromise a significant part of the families' income. The insufficiency, restriction of days, times, and routes of health transport affects the selection of beneficiaries based on socioeconomic criteria in places of high vulnerability and less investment in road infrastructure. In remote rural municipalities, travelling to seek health care involves inter-municipal and intra-municipal flows, as their territories have dispersed populations. Several means of transport were identified - air, river, and land - which are often used in a complementary way in the same route. Some patients travel for more than 1000 km, with travel times exceeding 20 h, especially in the Amazon region. While the demands for urgent and emergency transport are partially met by national public policy, the same is not true for the elective transport of patients. The impossibility of providing health transport under the exclusive responsibility of the municipalities is identified. CONCLUSIONS: For the remote rural municipalities populations, the absence of national public policies for sufficient, continuous, and timely provision of transport for health services worsens the cycle of inequities and compromises the assumption of the universal right to health care.

10.
Rev Saude Publica ; 56: 73, 2022.
Artigo em Inglês, Português | MEDLINE | ID: mdl-35946673

RESUMO

OBJECTIVE: To characterize remote rural Brazilian municipalities according to their logic of insertion into socio-spatial dynamics, discussing the implications of these characteristics for health policies. METHODS: Starting from the category of analysis - the use of the territory - a typology was elaborated, with the delimitation of six clusters. The clusters were compared using socioeconomic data and the distance in minutes to the metropolis, regional capital, and sub-regional center. Mean, standard error and standard deviation of the quantitative variables were calculated, and tests on mean differences were performed. RESULTS: The six clusters identified bring together 97.2% of remote rural municipalities and were called: "Matopiba," "Norte de Minas," "Vetor Centro-Oeste," "Semiárido," "Norte Águas," and "Norte Estradas." Differences are observed between the clusters in the analyzed variables, indicating the existence of different realities. Remote rural municipalities of "Norte Águas" and "Norte Estradas" clusters are the most populous, the most extensive and are thousands of kilometers away from urban centers, while those in "Norte de Minas" and "Semiárido" clusters have smaller areas with a distance of about 200 km away from urban centers. The remote rural municipalities of the "Vetor Centro-Oeste" cluster, in turn, are distinguished by a dynamic economy, inserted into the world economic circuit due to the agribusiness. The Family Health Strategy is the predominant model in the organization of primary health care. CONCLUSION: Remote rural municipalities are distinguished by their socio-spatial characteristics and insertion into the economic logic, demanding customized health policies. The strategy of building health regions, offering specialized regional services, tends to be more effective in remote rural municipalities closer to urban centers, as long as it is articulated with the health transportation policy. The use of information technology and expansion of the scope of telehealth activities is mandatory to face distances in such scenarios. Comprehensive primary health care with a strong cultural component is key to guaranteeing the right to health for citizens residing in such regions.


Assuntos
População Rural , Telemedicina , Brasil , Cidades , Política de Saúde , Humanos
SELEÇÃO DE REFERÊNCIAS
DETALHE DA PESQUISA