Objetivos:
analisar o perfil de
morbidade hospitalar de
crianças indígenas atendidas na rede de serviços do
Sistema Único de Saúde.
Métodos:
foram investigados 380
registros de
internação hospitalar de
crianças indígenas Suruí
menores de 10 anos de idade atendidas na rede hospitalar do município de Cacoal, Rondônia, a partir de dados coletados no
Hospital Materno-Infantil,
instituição pública, e no
Hospital Infantil e
Maternidade Menino Jesus,
instituição particular, no período de 2000 a 2004. Esses dois
hospitais concentram o atendimento a
indígenas no município. Utilizou-se a
Classificação Internacional de Doenças (CID), 10.a
revisão, para a
classificação dos diagnósticos.
Resultados:
as
doenças do aparelho respiratório -
Cap. X (58,2%) figuraram como o principal
motivo de
internação hospitalar.
Doenças infecciosas e parasitárias (
Cap I) apresentaram-se como a segunda maior
causa (35,0%) e
afecções originadas no período perinatal (
Cap XVI) como a terceira (3,2%). Outras
causas contribuíram individualmente com menos de 1,5% do total, que somadas não atingiram 4%. A maioria das internações (65,5%) foram de
crianças <2 anos de idade. O
tempo médio de internação foi significativamente superior no
hospital público em relação ao privado.
Conclusões:
o perfil de
morbidade hospitalar observado nas
crianças Suruí evidencia não somente a precariedade das suas
condições de saúde, como também problemas estruturais no que tange às ações de
atenção básica. Recomenda-se a
realização de estudos que visem aprofundar aspectos epidemiológicos relacionados às internações hospitalares em
populações indígenas, fundamentais para o
desenvolvimento de ações de
saúde mais adequadas.
Palavras-chave Hospitalização,
Morbidade,
Serviços de Saúde,
Saúde da Criança,
Índios Sul-Americanos