OBJETIVO:
Avaliar os aspectos epidemiológicos da
tuberculose em
crianças indígenas brasileiras e as ações para seu controle.
MÉTODOS:
Estudo epidemiológico com 356
crianças de 0 a 14 anos de idade, em Rondônia,
Amazônia,
Brasil, de 1997 a 2006. Os
casos, registrados no
Sistema de Informação de Agravos de Notificação, foram classificados em
indígenas e não
indígenas, e analisados segundo
sexo,
faixa etária, local de residência, forma clínica,
exames diagnósticos e
resultado do tratamento. Foi realizada
análise descritiva dos
casos e teste de hipótese (χ2) para verificar se houve diferenças nas proporções de adoecimento entre os grupos investigados.
RESULTADOS:
Foram identificados 356
casos de
tuberculose (125
indígenas e 231 não
indígenas), dos quais 51,4% em
meninos. Nos
indígenas, 60,8% dos
casos foram notificados em < 5 anos. A
incidência média foi maior entre os
indígenas 1.047,9
casos/100.000 habitantes < 5 anos, no ano de 2001. A forma pulmonar foi registrada em mais de 80,0% dos
casos e a
cura ultrapassou 70,0% em ambos os grupos.
Cultura e exame histopatológico foram utilizados em apenas 10,0% dos
pacientes. Houve três
casos de
coinfecção com
HIV em não
indígenas e nenhum em
indígenas. A
detecção dos
casos foi classifi cada como insuficiente e/ou regular em mais de 80,0% das notificações em
indígenas, mostrando que a maioria dos diagnósticos foi baseada na
radiografia de
tórax.
CONCLUSÕES:
A abordagem empregada mostrou-se útil para ilustrar
desigualdades em saúde entre
indígenas e não
indígenas, demonstrando-se superior às análises convencionais realizadas nos serviços de
vigilância. Fica evidente a necessidade de um aprimoramento da
investigação diagnóstica entre as
crianças indígenas.