Introdução:
A
saúde bucal das
populações indígenas brasileiras foi historicamente negligenciada. Recentemente tem sido dada
atenção especial por meio da
Política Nacional de Saúde Bucal Indígena. No entanto, muito pouco ainda se sabe a
respeito da realidade epidemiológica bucal dessas populações, em especial no Sul do
Brasil.
Objetivo:
Investigar a situação de
saúde bucal dos índios guaranis.
Método:
Estudo transversal realizado em 19 aldeias, totalizando 203 sujeitos. Foram utilizados os
métodos de
pesquisa da
OMS.
Resultados:
O CPOD médio aos 12 anos e na
faixa etária de 15-19 anos foi de 1,3 e 3,4, respectivamente. Em
adultos, a média foi de 11,55, com componente perdido (P) de 69,3%. Entre
idosos, o CPOD foi de 18,6. O ceo foi significativamente maior nas
mulheres (p < 0,05) aos 5 anos. A presença de cálculo foi a condição periodontal mais prevalente em todas as idades. Entre as
crianças, 91% apresentaram padrão normal de oclusão.
Padrões aceitáveis de fluorose foram encontrados em 91,4% dos indivíduos do grupo de 15-19 anos. A
higiene bucal e o uso de pasta fluoretada foram relatados por 95%.
Conclusão:
A
população indígena guarani da região Sul do
Brasil apresentou alguns
indicadores de saúde bucal melhores do que os relatados no
inquérito epidemiológico de
saúde bucal de 2010. O CPOD médio em diferentes idades foi
menor no
povo guarani do que na
população em geral. O acesso a itens de
higiene bucal e a
serviços de saúde pode explicar alguns desses resultados. Esses dados são importantes para o
planejamento de ações de
saúde para essa
população.